Os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) são uma estratégia de trabalho onde o
educador se coloca de forma aberta, para dialogar e integrar seu trabalho com
os demais integrantes da equipe escolar. A transversalidade com a temática
ambiental deve ser inserida a partir de exemplos concretos vividos em situações
cotidianas. São instrumentos de apoio específicos
para o educador e destinado ao envolvimento direto com os educandos.
As exigências e princípios traçados para a temática ambiental e
a orientação para que ela seja adotada como eixo transversal, no contexto do
projeto pedagógico de cada curso, possibilitam a discussão e a análise do tema
meio ambiente em diferentes áreas do conhecimento, demandando a adoção de uma visão
sistêmica e possibilitando discussões e práticas que congreguem diferentes
saberes, transcendendo as noções de disciplina, matéria e área.
Discutir sobre as questões ambientais ainda é um grande dilema
para alguns profissionais da educação, já que acabam entendendo como uma ação
que irá impedir de exercer suas funções específicas. O que na realidade muda é
a forma de perceber e contextualizar as diversas disciplinas agregadas as
questões do meio ambiente.
O educador precisa buscar informações nos meios de comunicação, através
das tecnologias de informação, pois estes constituem uma importante fonte de
informação para os alunos sobre o meio ambiente. Outra questão seria a de
exercer uma postura crítica para que os alunos reavaliem essas mesmas
informações, percebendo os vários determinantes da leitura, os valores a elas
associados, além daqueles trazidos de casa. Isso os ajuda a agir com visão mais
ampla e, portanto, mais segura ante à realidade que vivem.
Da mesma forma, é
necessário que os professores busquem com os alunos outras fontes, enquanto
desenvolvem suas atividades, por meio da pesquisa em livros e do levantamento
de dados, conversando com os colegas das outras disciplinas, ou convidando
pessoas da comunidade, como professores especializados, técnicos de governo,
lideranças, médicos, agrônomos, moradores tradicionais que conhecem a história
do lugar, entre outros. Isso permitirá aos alunos uma visão crítica e racional da questão
ambiental.
Hoje, talvez o professor deveria ser aquele que provocasse mais
questionamentos do que forneça respostas. O planeta precisa do professor
provocador, que inquiete e estimule os alunos a pensarem, questionarem,
refletirem e ousarem agir em prol de questões maiores. Este pode ser um
desafio, já que o próprio modelo de desenvolvimento dominante incentiva
posturas passivas. A mídia e a propaganda, que dependem deste modelo, alimentam
sonhos de consumo e a manutenção do 'status
quo'. Por isso, questionar ou refletir pode causar impactos que subvertam à
ordem pré-estabelecida. Este risco tem sido uma das principais razões da
educação ser tão pouco priorizada.
Outra sugestão seria o de desenvolver dentro do Projeto Político
Pedagógico da escola, ideias e propostas que envolvam temas transversais como a
temática ambiental, um assunto obrigatório e contínuo. Na prática seria o de
incrementar o Planejamento Anual de cada disciplina, discutindo métodos e
planos de ação com esta vertente nas disciplinas específicas. É evidente que o
trabalho em grupo é essencial para se discutir esta abordagem para uma possível
mudança nos conteúdos.
Realizar determinadas mudanças podem trazer um certo
desconforto. Porém não são questões pessoais que estão sendo questionadas, e
sim o futuro de um planeta onde dependerá de ações que envolvam mudanças de
hábitos das gerações atuais e futuras para a manutenção e sobrevida do mesmo.
Todo indivíduo tem a capacidade de desempenhar papéis
importantes na melhoria do planeta. Aos educadores cabe a responsabilidade de
despertar no aprendiz o senso de autoestima e confiança indispensáveis para que
acredite o suficiente em seus potenciais e passe a exercer plenamente sua
cidadania.
Segundo Glazer (1999), o senso de identidade indispensável ao
fortalecimento individual, pode ser estabelecido de duas maneiras: de fora para
dentro ou de dentro para fora. O que vem de fora para dentro, interpretamos
como imposição ou doutrinação. O que emerge de dentro para fora, que brota de
nossas experiências, compreendemos como expressão. É estimular a melhor
expressão de cada um, o mais nobre papel do educador.
Referências Bibliográficas
Duailibi
M.; Araujo L. Oficina de Educação Ambiental para Gestão – Secretaria de Meio
Ambiente – Governo do Estado de São Paulo